terça-feira, 4 de setembro de 2012
NX Zero amadurece e inova em novo álbum
Em entrevista ao "D+" Nx Zero falou sobre o novo álbum
Três anos após Sete Chaves, último disco de inéditas, Di Ferrero conta que foi a hora de experimentar. "Fizemos algo simples. Antes a gente só queria solar e eu cantava o mais alto possível. Agora pensamos na música como um todo."
A mudança de Di para o Rio de Janeiro (ele mora com a noiva Mariana Rios) também influenciou. A primeira música, Sem Hora para Voltar, foi composta com vista para o mar."O clima é diferente. Até citei frases de letras do Zeca Pagadinho e do Barão Vermelho." A distância entre ele e Gee (guitarrista) não atrapalhou. "Nos falávamos sempre por telefone. Quando vinha para São Paulo aproveitávamos o máximo."
O CD com 12 faixas pode ser dividido em mensagens de fé, reflexão e amor. Antes as composições eram feitas com base em situações reais. Agora, Di garante que não precisa mais viver para escrever. Ele se inspirou em Chico Buarque para compor Maré, que está nas rádios. "John Lennon dizia que para compor precisava sofrer e Paul McCartney inventava histórias."
O vocalista incluiu novos elementos. "Nossa essência está ali, mas fizemos testes porque nos sentimos mais seguros. Os fãs cresceram com a gente e esperavam novidades. Temos de arriscar e ousar", diz. A capa do CD foi feita pelo artista Flávio Rossi, que criou o desenho após ouvir as canções. Os meninos estão focados no trabalho e descartam projetos solos. "O NX é nossa vida e toma a maior parte do tempo, mas todo músico tem a sua hora", ressalta.
O CD aborda assuntos sérios como fé e amor. Em Guerra por Paz a ideia é de reflexão. "A música surgiu de um sonho. Depois incrementei com se fosse uma pessoa que caísse de paraquedas no mundo e perguntasse por que estamos brigando por paz", explica Di. Pedido lembra sons antigos da banda. "Tem muito do NX Zero de antes pela letra e a parte instrumental. Para criá-la imaginei uma situação de um pai ausente", diz.
Como mostra do amadurecimento, o som Estrada fala em tocar a vida por conta própria. "Acho que todo mundo já deve ter dito uma conversa com os pais em que eles dizem que daqui para frente é por sua conta. Já passamos isso com a nossa família. Começamos a fazer shows muito cedo, tínhamos 18 anos. Lembro que mudei a letra várias dessa música", conta.
Em agosto, quando o álbum foi lançado, a banda estava em turnê pelo Japão. Eles não imaginavam que tanta gente curtia o som do outro lado do mundo. "O público era 90% brasileiro. Foi a primeira vez que a gente saiu do Brasil para tocar. Foi uma experiência marcante e diferente", explica Di.
Em uma das cidades ficaram surpresos porque os japoneses conheciam o som. "Um brasileiro que trabalhava em uma rádio de lá colocou a nossa música. Uma menina fez uma versão de Cedo ou Tarde em japonês. Nós a chamamos para cantar no palco", conta o vocalista.
Por ser uma cultura bem diferente, passaram por várias situações engraçadas. "Em uma noite estávamos jantando e experimentamos algo com gosto e aspecto estranho. Depois descobrimos que era intestino de porco cru", diz Fi Duarte (guitarra).
O que mais impressionou Caco Grandino foi a simpatia e educação do povo. "Eles são muito organizados. É um país pequeno, com muita gente, que enfrenta desastres, tsunamis, terremotos e conseguem se organizar de forma disciplinada onde tudo fuciona", ressalta.
Questionados sobre a ideia de fazer um álbum em inglês ou espanhol, a banda não descarta a possibilidade. "Temos algumas versões em espanhol. Por enquanto estamos com os projetos no Brasil, mas na hora certa vamos lançar", finaliza Di.
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