quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Gee Rocha fala sobre o novo álbum para o Cifra club





Em um bate-papo com o Cifra Club News, Gee Rocha falou sobre os processos de concepção do novo álbum.

São três anos entre o lançamento de “Sete Chaves” e “Em Comum”. Por que ficamos tanto tempo sem material inédito do NX? 

Lançamos “Sete Chaves”, que foi bem bacana, e só trabalhamos duas músicas desse disco porque logo em seguida veio o “Projeto Paralelo”, que é um disco com músicas nossas remontadas por rappers. Depois desse trabalho, nós fizemos o “NX Zero 10 anos”, que foi ano passado. Completamos 10 anos e não tínhamos nenhum trabalho ao vivo! Ficamos esse tempo todo sem música inédita; a cabeça começa a pensar diferente e como é um tempo de três anos, parece curto, mas é o suficiente para dar um passo diferente dos outros discos. É isso que sentimos nesse novo disco: naturalmente começamos a fazer coisas diferentes dos outros álbuns. A forma de pensar sobre a composição das músicas.

O que o público pode esperar do NX na turnê de divulgação?

Vocês vão priorizar o disco novo ou mesclarão algumas músicas novas com os hits consagrados dos discos anteriores? Gee Rocha: quando for um evento só nosso, nós iremos fazer o show “Em Comum”, que já está pronto. Vai ter cenário, inclusive. Nós estamos priorizando fazer um espetáculo, pois queremos evoluir nessa questão. Quando for feira ou show de prefeitura – desses que a galera espera o ano inteiro pra curtir a festa da cidade -, não tem como deixar de tocar as músicas que se tornaram conhecidas nas rádios. E ainda tem o show “Set List”, que vai rolar durante os dias 20, 21 e 22 de setembro. Vamos fazer o show que é montado pelos fãs. A pessoa vai até o nosso site e escolhe o repertório que ela quer que a gente toque.

O Di Ferrero revelou que escreveu a maioria das letras das músicas “olhando para o mar”. A concepção dos arranjos se deu em que atmosfera? 

Vou de dar o exemplo de “Maré”, que é a música que estamos trabalhando. Eu estava passando férias na praia e teve um dia que eu estava com o violão na mão e acabou que saiu uma bossa nova. A música nasceu como uma bossa nova, ou uma lembrança de bossa nova porque eu não sou músico de bossa. Em seguida, levei o material para a banda e falei que a música era meio bossa nova, mas a partir do momento que entrasse a banda ela seria NX Zero. E foi exatamente o que aconteceu! Começamos a abrir o leque de notas, de composições… Muitas das músicas eu fiz na casa de minha mãe, pois a minha casa tá em reformas. Eu estava longe de casa, mas sempre com violão na mão. Quando chegava a madrugada, lá estava eu fazendo música. Tem também o fato de que agora estamos com 26/27 anos e acaba que surgem mais problemas, e coisas boas também, e o mundo acaba sendo visto da forma como ele realmente é. Creio que as músicas foram feitas com base no lance de você pensar mesmo no que está acontecendo hoje em dia e nas coisas que se passam. Depois de 10 anos de NX Zero, eu pensei em uma nova roupagem para a banda. Creio que aconteceu isso nesse disco e acredito que a banda toda estava com a ideia de querer somar, crescer e evoluir.

O disco começa dizendo que hoje é dia de “esquecer e acordar” e termina dizendo que “nada mais é como era antes”. Esses versos são indícios de que o NX entende que é hora de conquistar um público menos adolescente? 

Nosso público é diversificado. Tem o público mais moleque, tem o público da nossa idade, que cresceu, trabalha, faz faculdade… Mas nunca procuramos saber qual seria exatamente o nosso público. E isso (conquistar um público menos adolescente) é algo quem vem acontecendo. Com a música “Maré”, e com esse novo disco, aconteceu de várias pessoas, talvez um pouco mais velhas, começarem a gostar de NX Zero e eu creio que esse disco é um pouco mais voltado pra galera mais velha. É um disco que será mais facilmente entendido por quem tem a nossa idade. É um disco mais difícil, mas é a nossa aposta e é o que estamos vivendo hoje. Mas é muito legal o fato de que a molecada, que sempre esteve conosco, continua antenada no que estamos fazendo. Eu tenho visto ótimos comentários sobre esse disco. A galera realmente gostou e tem um pessoal um pouco mais velho, que antes não curtia, e de repente está começando a se interessar por nós e isso é bem bacana.

No disco há referências a Cazuza, Zeca Pagodinho e uma clara influência do som do Foo Fighters. Além destes baluartes, quem mais serviu de inspiração para a empreitada? 

Cada um da banda tem uma referência muito pessoal. Falando por mim, eu tenho escutado muito John Legend e também John Mayer, que lançou um ótimo disco novo. Tem um ao vivo do John Mayer que eu vejo no telão e ‘tô amarradão’ nos timbres de guitarra, no lance de cantar e no feeling! Então eu creio que esse nosso disco novo tem muito desse lance de buscar a questão do sentimento na hora de preparar os arranjos, as letras e as gravações. Não é só o lance de tocar na rádio. Antigamente nós éramos mais inocentes. Hoje em dia eu acredito que buscamos alternativas para sempre valorizar o som, valorizar uma história e isso provoca um lance muito legal entre a gente e nos proporciona um fortalecimento no conceito da banda.

Comercialmente falando, o NX sempre vai muito bem. Diante da atual situação do mercado fonográfico, qual é a receita para que “Em Comum” possa manter esta boa relação da banda com o mercado fonográfico? 

Estamos buscando alternativas. Tanto que o iTunes chegou no Brasil em dezembro do ano passado e disponibilizamos lá a primeira música, que foi “Em Comum”. Agora o disco está todo lá. Acredito que ainda demore um pouco para engrenar esse lance de vender música através da internet, mas a galera já entendeu a importância que tem para uma banda a questão das vendas de disco. A galera percebeu que não é simplesmente pela gravadora. Tem relação com o lance de a banda ter a possibilidade de fazer um trabalho mais bem acabado. Mas não é só a venda de discos: é preciso fazer bons vídeos, buscar por algo que ninguém ainda tenha feito e que gere identificação para com o público.

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